Poder Judiciário de Mato Grosso
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26.02.2015 10:12
Crianças aprendem brincando a cuidar do PantanalLonge do gabinete, fora de quatro paredes e bem distante do conforto. Assim, juiz, conciliador e policiais ambientais deixaram a toga, o terno e a farda de lado para mergulhar no coração do Pantanal Mato-grossense e levar educação ambiental aos ribeirinhos que residem ao longo do Rio Cuiabá, entre os municípios de Barão de Melgaço e Poconé. Este é o trabalho que o Juizado Volante Ambiental (Juvam) está fazendo durante a realização do Projeto Ribeirinho Cidadão, que começou no dia 19 de fevereiro, em Barão de Melgaço (parte fluvial) e termina no dia 6 de março (parte terrestre). O projeto é desenvolvido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Defensoria Pública e parceiros.
Pela primeira vez participando da caravana, o Juvam leva informações sobre como cuidar da fauna e da flora pantaneira de forma lúdica e divertida. O objetivo é conscientizar, principalmente as crianças, sobre a importância de preservar um dos mais complexos e sensíveis ecossistemas do planeta, o Pantanal.
Para isso, a equipe do Juvam criou um jogo. A estreia aconteceu em uma escola pública em Barão de Melgaço, na manhã do dia 20 de fevereiro. Mais de 40 pares de olhos brilhantes e curiosos aguardavam ansiosos o início da brincadeira, tudo conduzido pelo palhaço Lelé Picolé Curinpapan. Por trás do nariz vermelho, da calça larga e do chapéu colorido está o cabo Marcelo Luciano Pereira Campos, policial ambiental, formado em pedagogia e que durante o projeto conduz as brincadeiras com a garotada.
O jogo, batizado de “Rebojando”, consiste em um tabuleiro de papelão (tamanho A4) onde foi traçado um percurso – de Barão a Poconé. O objetivo do jogo é se deslocar de um ponto ao outro. Para isso, é preciso responder perguntas referentes ao meio ambiente. Quem acerta vai pulando casas até chegar ao destino final. As perguntas constam em uma cartinha, composta de questões de múltipla escolha, verdadeiro ou falso, além de 10 perguntas sobre “Quem sou Eu”.Para transmitir as informações de maneira mais interativa, o Juvam produziu este mesmo jogo em uma lona de quatro metros, a fim de que as crianças pudessem brincar passeando pelo Rebojando. Durante o projeto, o grande tabuleiro foi estendido em sala de aula, na sombra de árvores, pátio de escolas e na barranca do rio. Não importa o local, em todos eles as crianças brincaram, se divertiram e o que é melhor: aprenderam lições importantes de como preservar o local onde residem. Só na comunidade de São Pedro de Joselândia mais de 100 crianças participaram do Rebojando. Os vencedores ganharam de presente um jogo.
O juiz do Juvam, Rodrigo Curvo, ressalta que este trabalho de educação ambiental só é possível graças ao empenho da equipe que integra o Juizado. “Estamos muito honrados em poder lançar em primeira mão este jogo aqui no projeto Ribeirinho Cidadão. O Rebojando foi todo concebido pela equipe do Juvam, não é um jogo que foi comprado em uma loja. Toda a criação usa elementos do Pantanal, incluindo o próprio nome, que foi inspirado nos rebojos do rio. A aceitação está sendo excelente. Estamos felizes com o resultado, pois acredito que o objetivo foi alcançado”.
A ideia do jogo foi muito bem aceita, tanto pelas crianças, quanto pelos professores. “Achei a iniciativa muito boa. Gostei porque fala da realidade das crianças que residem no Pantanal. Quando fala de coisas muito distantes, elas perdem o interesse. O jogo, além de divertido, é interativo e com informações que estão inseridas no dia a dia de nossas crianças. Está aprovado”, destacou a professora Lúcia Araújo Silva, 34 anos, responsável pela turma do 5º ano da escola de Barão de Melgaço.
E os mais interessados no assunto, as crianças, interagiram, gostaram e aprovaram o jogo. “Eu gostei muito de brincar. Eu conheço muitos bichos do jogo. Achei divertido”, assegura Erieli da Silva, seis anos, estudante do segundo ano.
Além das brincadeiras com as crianças, o Juvam está distribuindo durante o projeto quatro mil mudas de plantas, entre nativas e frutíferas e recolhendo lixo coletado no Pantanal.
Texto e fotos: Janã Pinheiro
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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