Juiz publica artigo sobre resolução que institui tratamento adequado de conflitos no Judiciário
O juiz coordenador do Centro
Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Rondonópolis,
Wanderlei José dos Reis, publicou um artigo sobre a Resolução nº 125/2010 do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que institui a política pública permanente de
tratamento adequado de conflitos. O texto foi divulgado em revistas jurídicas
especializadas de Portugal e do Brasil, na capital Brasília, São Paulo, além do
Estado do Paraná e vários outros, abordando os impactos da norma na Justiça e
nos serviços extrajudiciais em todo o país.
Nova política de solução de
conflitos
No artigo, o magistrado
mato-grossense defende que a Resolução nº 125/2010 representa um verdadeiro
divisor de águas no Poder Judiciário nacional ao instituir uma política pública
permanente para resolver conflitos de forma mais eficiente. O texto destaca o
papel dos Cejuscs, que são centros criados para mediar e conciliar conflitos
antes que eles se tornem processos judiciais, garantindo acesso mais rápido e
simplificado à Justiça.
Mudança de foco: do processo ao
conflito social
Segundo Wanderlei Reis, a cultura
do litígio (disputa judicial) e o excesso de judicialização onde tudo virá
processo judicial estão profundamente enraizados no Brasil. No entanto, a
Resolução nº 125/2010 tem ajudado a popularizar métodos de resolução de
conflitos que não envolvem disputa judicial, como a mediação e a conciliação.
Para o juiz, o foco da Justiça passa a ser resolver o conflito social em si,
evitando que ele se transforme em mais um processo e sobrecarregue ainda mais o
sistema. “Cada acordo homologado no CEJUSC é um potencial processo a menos no
Judiciário. De forma simples e direta, aí reside o x da questão e aí está todo
o mérito da iniciativa do CNJ, que está prestes a completar 15 anos de edição”,
argumenta o magistrado.
Eficiência e prevenção de
processos
O magistrado também destaca que o
CNJ acertou ao editar a Resolução, que visa a tornar o Judiciário mais
eficiente na pacificação de conflitos. Isso incluindo a fase pré-processual,
por meio das Reclamações Pré-Processuais (RPPs), que são procedimentos
realizados nos Cejuscs para resolver disputas antes mesmo que virem processos
judiciais e exatamente para não virarem disputas judiciais. Essas reclamações
abrangem áreas como direito de família, relações de consumo, meio ambiente,
saúde e dívidas com o Poder Público, evitando processos que poderiam durar
anos.
Projeto "Conhecendo o Cejusc de Rondonópolis" aproxima Justiça da população
Wanderlei Reis é idealizador do
inédito “Projeto Conhecendo o Cejusc de Rondonópolis”, que promove ações de
divulgação da unidade judicial junto à mídia local e por meio de palestras para
a população, orientando sobre como acessar os serviços oferecidos. O projeto
visa esclarecer a população sobre a função dos Cejuscs e como eles podem ajudar
na resolução de conflitos de forma rápida e eficiente.
Mato Grosso é destacado no artigo como referência nacional
O juiz ressalta ainda a
trajetória de sucesso dos Cejuscs em Mato Grosso, que foi um dos estados
pioneiros na implantação dessa política e atualmente conta com 49 unidades.
Enfatiza o papel desses centros na simplificação e agilidade da Justiça,
destacando o apoio da Administração do Tribunal de Justiça ao fortalecimento
dos métodos autocompositivos (solução de conflitos por acordo), do Núcleo
Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NUGJUR) e dos Cejuscs temáticos, como os da
área da saúde e do superendividamento. “O Tribunal de Mato Grosso tem uma visão
humanizada da Justiça e uma preocupação perene com os conflitos sociais em seus
diversos matizes ainda na fase pré-processual, o que é deveras salutar”,
ressalta o juiz coordenador.
Trajetória do magistrado escritor
Wanderlei José dos Reis é mestre,
doutor e pós doutor em Direito, autor de 11 livros e cerca de 200 artigos
publicados, membro da Academia Mato-grossense de Letras (AML) e da Academia
Mato-grossense de Magistrados (AMA). O juiz também atua como coordenador
suplente do Nupemec, é coordenador da Justiça Restaurativa, diretor do foro
substituto e titular da 2ª Vara Especializada de Família e Sucessões de
Rondonópolis.
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