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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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14.10.2016 16:11

Constelação em penitenciária ajuda reeducandas
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Reviver lembranças do passado para aliviar as dores do presente. Essa foi a principal intenção do trabalho de constelação realizado na penitenciária feminina Ana Maria do Couto May na tarde desta quinta-feira (13 de outubro), por intermédio do juiz Jamilson Haddad Campos, da Primeira Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, e da consteladora e orientadora sistêmica Gil Thomé, em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
 
O trabalho inédito foi realizado como um primeiro contato entre as reeducandas e o conhecimento sistêmico fenomenológico, a fim de observar nelas a disponibilidade e abertura para esse conhecimento. Os resultados foram muito positivos, pois muitas delas saíram mexidas com a constelação, dispostas a descobrir por que agem de determinadas formas e trabalhar para serem libertas a agir de uma forma nova, diferente e desvinculada do conflito e da violência.
 
“Eu gostei, foi muito gratificante para mim. Não sabia que existia esse tipo de trabalho e que seria possível chegar nessa finalidade que chegou, de descobrir por que eu me sentia rejeitada. Me sinto uma pessoa melhor, capaz de fazer mudanças que às vezes são necessárias”, afirmou a estudante F.R.B., 25, que foi a primeira reeducanda a se prontificar a passar pela constelação familiar.
 
Ao todo, 13 reeducandas participaram da reunião inicial, sendo realizada apenas a constelação de F.R.B. Elas ouviram atentamente todas as explicações dadas pelo juiz e pela consteladora, participaram da meditação de abertura do encontro, tiraram dúvidas e compartilharam um pouco de suas histórias.
 
“Eu senti que elas estavam bem receptivas e que foi muito benéfico para elas. Durante o trabalho elas se abriram bastante, algumas ficaram visivelmente emocionadas. Acho que elas estão bem disponíveis e interessadas em conhecer a constelação”, frisou a terapeuta Gil Thomé.
 
O juiz Jamilson Haddad Campos defende que garantir um pouco de paz para a vida pessoal de cada uma das reeducandas é garantir devolução de paz para a sociedade.
 
“É uma honra para o Judiciário estar realizando um trabalho magnífico desse. Não é fácil sairmos do gabinete, temos milhares de processos onde existem muitas dores também. O importante é o Poder Judiciário estar aqui para colaborar, seja através de outras constelações no sistema prisional feminino e masculino ou na 1ª Vara de Violência Doméstica, de modo a colaborar com o sistema prisional, buscar soluções junto ao Estado, trazer a pacificação social e contribuir de maneira real e responsável na vida do ser humano”.
 
Origem - A ciência de constelação familiar surgiu na Alemanha graças aos estudos do missionário e psicoterapeuta Bert Hellinger, que observou a repetição de comportamento nos conflitos familiares e usou a ferramenta como recurso para a solução de conflitos. As abordagens chegaram até o Judiciário brasileiro por intermédio do juiz de Direito da Bahia Sami Storch, que também é constelador e aplica a metodologia há 10 anos.
 
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Mylena Brun
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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