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 04/04/2025   15:27   

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Psicóloga palestra sobre autismo para quase 2 mil cuidadores de alunos deficientes

“Precisamos partir do princípio de que todo aluno, independentemente de suas limitações e dificuldades, é capaz de aprender e se desenvolver, quando recebe o suporte adequado, ou seja, acreditar no potencial do estudante antes mesmo que ele apresente habilidades. Somente com isso será possível tornar acessível o ambiente de aprendizagem”.

Foi com essa mensagem levada a uma plateia de quase 2 mil pessoas, sendo a grande maioria Cuidadores de Alunos com Deficiência (CADs) da rede pública de ensino de Cuiabá, que a psicóloga e psicoterapeuta de pessoas com autismo e outros transtornos do neurodesenvolvimento, Jaqueline Adriana de França, incentivou a todos os profissionais da educação a fazerem aquilo que as mães atípicas já fazem: acreditar no potencial de suas crianças e se desdobrar para que tenham a oportunidade de desenvolvê-lo.

De acordo com a palestrante, o ambiente de aprendizagem de uma criança com TEA precisa ter acomodações sensoriais adequadas, adaptação de material, entre outras flexibilizações. “Existem vários materiais que podem ser utilizados para tornar acessível e é importante ter em mente o que é o mais importante: é a criança ficar sentada ou ela, nem que em pé, conseguir fazer a tarefa?”, indagou Jaqueline de França.

Essas adaptações são necessárias, conforme a profissional, porque o processamento do cérebro de pessoas neurodiversas ocorre de maneira diferenciada. O cérebro das pessoas autistas tem sinapses mais rápidas, gerando gasto de energia maior em determinados pontos do cérebro. “Só que ao mesmo tempo em que o cérebro está gastando energia em uma área especifica, outra área vai ficar aquém, com menor gasto de energia, sinapses mais lentas, o processamento de informação é mais lento”, explicou.

Em sua palestra, Jaqueline de França explicou sobre os níveis de autismo, suas características, os extremos de comportamentos humanos que podem ser apresentados por pessoas autistas e em que casos intervir, uma vez que a criança pode se autorregular ou precisar de corregulação. “Vocês, CADs, são o porto seguro das nossas crianças. Vocês serão aquele cérebro que vai poder regular aquela criança. Então, a gente também precisa cuidar de vocês, assim como as famílias também precisam estar bem para que possam, de fato, ser porto seguro de outra pessoa”, disse.

Segundo França, pessoas neurodiversas exigem mais dos educadores pois desafiam a educação tradicional. “Nós viemos de uma cultura que se a pessoa apresenta comportamentos e habilidades que fogem do padrão neurotípico, não se pensa mais espaços pra ela. Essa pessoa acaba ficando excluída. Hoje já temos essas pessoas integradas, porém, ainda precisamos caminhar muito para tornar esses espaços acessíveis”.

A palestrante ressaltou ainda que é preciso mudar crenças limitantes em relação à educação das crianças autistas. “Se vamos começar com o processo de inclusão, a técnica e a estratégia não vão chegar primeiro. Primeiro a CAD vai precisar ser incluída, a gente vai ter que rever quais as crenças a professora, a diretora, o coordenador, a escola têm sobre pessoas dentro do espectro autista pra gente poder fazer a diferença junto com aquela criança”, asseverou.

A palestra da psicóloga foi a primeira de um ciclo que ocorre nesta sexta-feira (4 de abril), no evento “TJMT Inclusivo – Capacitação e Conscientização em Autismo”, realizado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por meio da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do Poder Judiciário de Mato Grosso, Escola Superior da Magistratura (Esmagis-MT) e da Escola dos Servidores. A iniciativa conta também com as parcerias da Prefeitura de Cuiabá, da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e Assembleia Legislativa, que também transmitiu o evento ao vivo pela TVAL. Todas as palestras podem ser conferidas na íntegra no canal do TJMT no Youtube

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Celly Silva / Foto: Alair Ribeiro

Coordenadoria de Comunicação do TJMT

imprensa@tjmt.jus.br

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