Mais de 100 processos em grau de recurso podem ser solucionados em mutirão ambiental
Começou
nesta segunda-feira (14 de abril) e deve ir até a quarta-feira (16), no
Complexo dos Juizados Especiais, a primeira edição do Mutirão Ambiental de 2º
Grau, uma iniciativa pioneira que visa proporcionar a conciliação em processos
que tramitam em grau de recurso nas Câmaras Cíveis do Tribunal de Justiça de
Mato Grosso (TJMT), relativos à matéria ambiental. Nesta oportunidade, 109
ações judiciais foram selecionadas para tentativa de negociação, mediada por
mediadores e conciliadores.
A
ação é realizada graças a uma parceria entre o Poder Judiciário de Mato Grosso (TJMT),
por meio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos
(Nupemec) e Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania – Cejusc de
2º Grau, juntamente com o Ministério Público Estadual (MPE), a Secretaria de
Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
De
acordo com o presidente do Nupemec, desembargador Mário Roberto Kono de
Oliveira, o mutirão de conciliação oferece ganhos para todas as partes. “As
vantagens alcançam todos os envolvidos, seja para o Executivo, como órgão
fiscalizador, sancionador e arrecadador, em razão das multas; seja em razão
daquele que responde a processo e que pode ver solucionado seu problema
rapidamente sem ficar preso em restrições de ordem judicial ou de crédito que o
impeçam de produzir; ganha a economia do nosso Estado, com a arrecadação porque
você retoma a produtividade”, afirma.
O coordenador
do Cejusc de 2º Grau, desembargador Sebastião de Arruda Almeida, destaca que a
ação pioneira do TJMT visa à conciliação entre a atividade do produtor rural e
a proteção do meio ambiente. “Nós sabemos que o meio ambiente é assunto bastante
sensível mundialmente e, por outro lado, temos a peculiaridade do nosso estado,
que é o estado do agronegócio. Então, temos que ter a visão maior dessa
conciliação, que é a conscientização do uso adequado do meio ambiente”, pontua.
De
acordo com a secretária-adjunta de Gestão Ambiental da Sema-MT, Luciane
Bertinatto, os principais danos ambientais que geraram as ações judiciais em
fase de negociação são desmate de reserva legal, desmate de áreas de
preservação permanente e abertura de áreas sem licenciamento. Ela ressalta que,
nessa fase de conciliação, o foco não é discutir o mérito das ações, mas sim encontrar
formas de corrigir e fazer com que o produtor rural retome sua produção dentro
dos parâmetros do Código Florestal Brasileiro e das normas estaduais. Uma
equipe da Sema-MT também se encontra no Mutirão para dar apoio às tratativas.
“O
objetivo maior do Estado é termos cada vez mais uma produção sustentável. E
quando nós temos um embaraço, seja na esfera administrativa ou judicial, é
importante que a gente consiga fazer esses acordos e corrigir o dano ambiental,
que é o mais importante, e fazer com que esse interessado continue a sua vida.
Todo nosso trabalho está focado em fazer com que cada vez mais pessoas que
tiverem embaraço nas questões ambientais possam, nesse momento, sanar suas
pendências e tocar a sua vida de forma otimista, sabendo que é possível fazer
conciliação, é possível a gente resolver os problemas em conjunto, como estamos
fazendo aqui”, afirma a secretária-adjunta.
Autor
de grande parte das ações ambientais, o Ministério Público Estadual participa do
Mutirão Ambiental de 2º Grau, por meio do Núcleo Estadual de Autocomposição,
coordenado pelo promotor de justiça Miguel Slhessarenko. Ele enfatiza o
interesse do MP na resolução consensual dos conflitos. “É de suma importância a busca da solução
consensual de conflitos em todas as instâncias: primeiro e segundo graus. Então,
o Ministério Público tem essa perspectiva resolutiva de buscar acordos para que
esses processos tomem um fim, sejam mais econômicos e possam ter uma satisfação
para todos os envolvidos”.
O
promotor de justiça ressalta que foram selecionadas para o Mutirão apenas
aquelas ações judiciais com reais condições de negociação, não abrindo mão da
proteção ao meio ambiente. “Nós temos parâmetros para que processos venham ao mutirão.
Muitas vezes, alguns processos não têm condição de fazer nenhum tipo de
negociação. E todos os itens envolvendo a reparação dos danos, a recomposição
ambiental são preservados e alguns acordos são realizados com prazo para
permitir que a parte faça as suas obrigações e cumpra com o que já está
previsto em uma sentença”, explica.
Representando um pecuarista da região do Pantanal cacerense, o advogado Fernando Teixeira elogiou a união das instituições para promover a solução consensual dos conflitos, visando resultado equilibrado entre meio ambiente e produção rural. “Quero parabenizar o Tribunal de Justiça pela iniciativa. A conciliação, sem dúvida, é a melhor solução de conflitos, principalmente em questão ambiental, que geralmente são processos de valores muito altos, passíveis de vários entendimentos, de erros também. Então é uma oportunidade, apesar de a conciliação não ter muita ênfase em mérito, mas se existir algum vício, algo de fácil análise, com certeza a gente vai conseguir também ter sucesso aqui. Há interesse total do produtor rural, inclusive a gente teve tentativa de acordo em primeira instância e não tivemos sucesso. Agora estamos tendo uma nova oportunidade”.
Celly Silva/Fotos: Anderson Borges
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
Celly Silva
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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