“A violência contra a mulher é um problema complexo e multifacetado, que exige uma abordagem integrada e multidisciplinar. As Redes de Enfrentamento à Violência contra a Mulher desempenham um papel crucial nesse contexto, atuando na prevenção, no acolhimento e no apoio às vítimas e também estimula os agressores a repensarem seus atos ao frequentarem os grupos reflexivos para homens”. A afirmação é da desembargadora Maria Erotides Kneip, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário (Cemulher-MT).

Com a participação intensiva dos magistrados junto aos prefeitos dos municípios e sociedade civil, a primeira expedição da Cemulher, que passou em sete Comarcas e nove municípios,  coordenada pela assessora técnica multidisciplinar Ana Emília Iponema Brasil Sotero e a servidora Gislene Maria Brun, foram implementadas as Redes e assinado os Termos de Cooperação Técnica.

Em parceria com as prefeituras e governo estadual, as Redes de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher contam com equipes multidisciplinares, envolvendo profissionais das secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação dos municípios, além das polícias Civil e Militar, entidades e parceiros da sociedade civil. Também faz parte da Rede o Grupo Reflexivo para Homens Autores de Violência, realizado pelo juízo da Comarca. Os homens participam do grupo por ordem judicial.

Palestras e Formação Inicial

A formação inicial engloba assuntos como Sistema de Justiça, órgãos e instituições envolvidos na causa da violência doméstica e familiar, o papel de cada profissional na Rede e a elaboração do fluxograma de trabalho. Participaram das palestras e da formação inicial, 936 pessoas de sete Comarcas, entre os dias 10 e 21 de março. Todos são profissionais da Assistência Social, Saúde e Educação de nove municípios, que integram as Redes de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher.

A assessora técnica explica que ao longo da formação inicial, os participantes têm a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos, desenvolver novas habilidades e trocar experiências com profissionais de diversas áreas. “Nosso objetivo é prepará-los para atuarem de forma eficaz e humanizada, construindo pontes de esperança e reconstrução para as mulheres que buscam nossos serviços e apoio.”

Com entusiasmo, Ana Emília Iponema Brasil Sotero, destaca o engajamento e a sede de conhecimento dos participantes. Segundo ela, a receptividade e o comprometimento demonstrados em todas as Comarcas visitadas são notáveis.

"As pessoas são extremamente interessadas, ávidas por aprender e conhecer, e demonstram um profundo engajamento no trabalho em rede. A receptividade é sempre muito grande, assim como o empenho de cada participante", afirma Ana Emília. 

Atividades complementares

A equipe da Cemulher-MT leva material informativo para todas as Comarcas e municípios, para ampla divulgação para magistradas e servidoras sobre Núcleo de Atendimento a Magistradas e Servidoras Vítimas de Violência Doméstica e Familiar no âmbito do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso– “Espaço Thays Machado”.

O objetivo é ampliar a divulgação dos canais de denúncia e os serviços disponibilizados ao atendimento de magistradas e servidoras vítimas de violência doméstica e familiar, como forma de fortalecer as ações em andamento voltadas à conscientização e proteção das mulheres que atuam no Poder Judiciário.

Também levam orientação sobre a Recomendação 124/2022 do CNJ aos psicólogos e assistentes sociais dos municípios que ainda não implantaram os Grupos Reflexivos para Homens Autores de Violência Doméstica. 

Os municípios visitados pela Cemulher-MT foram Itaúba, Nova Santa Helena, Terra Nova do Norte, Nova Guarita, Peixoto de Azevedo; Matupá, Colíder, Nova Canaã do Norte, Lucas do Rio Verde e Sorriso. 

Confira no quadro abaixo as Redes instaladas em 2025 e os(as) respectivos(as) magistrados(as) de cada Comarca:

Veja o mapa de todas as Comarcas de Mato Grosso que possuem Redes de Enfrentamento à Violência Doméstica instaladas: