Corregedoria lança Projeto Bebê Cidadão com foco na segurança e cidadania desde o nascimento
Promover a segurança
dos recém-nascidos, combater a troca de bebês, além de garantir acesso à
documentação oficial desde os primeiros dias de vida, são os objetivos do
Projeto Bebê Cidadão, lançado nesta terça-feira (15 de abril) pela
Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso (CGJ-TJMT), na sede do órgão, em
Cuiabá.
O corregedor-geral da
Justiça, desembargador José Luiz Leite Lindote, assinou o Provimento TJMT/CGJ
n. 22, em conformidade com o Termo de Cooperação Técnica nº 177/2021, celebrado
entre o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso e o Governo de Mato
Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) e Perícia
Oficial e Identificação Técnica do Estado de Mato Grosso (Politec).
A iniciativa garante a
coleta da biometria facial e digital de bebês ainda na maternidade, por meio de
uma estrutura integrada com o cartório interligado e os sistemas de
identificação do Estado. O projeto-piloto será implantado por 90 dias no
Hospital Beneficente Santa Helena, na capital, com apoio do Cartório do 3º
Ofício de Registro Civil de Cuiabá e Politec.
Os testes já tiveram início na semana passada. Um casal de gêmeos, filhos de Natália e William dos Santos, foi os primeiros bebezinhos a terem as digitais coletadas na unidade de saúde e terão a Carteira de Identidade Nacional (CIN) em breve.
De acordo com o
projeto, o fluxo de trabalho se inicia com a emissão da Declaração de Nascido
Vivo (DNV) pela maternidade. Em seguida, o cartório realiza o registro civil e
insere o CPF da criança. Na sequência, é feita a coleta biométrica. Os dados
são transmitidos à Politec, que valida as informações e gera o protocolo para
emissão da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN).
“A identificação
biométrica logo ao nascer é muito mais do que uma fotografia bonita da criança.
É um ato de proteção à infância, de prevenção a crimes como sequestro de bebês
e de garantia ao direito à identidade desde os primeiros momentos de vida.
Sempre entendi que minha função na magistratura também envolve um compromisso
social. Desde o início da carreira, busquei oportunidades para atuar nessa
frente. Tenho um carinho especial por projetos que envolvem crianças. Quando
vejo uma ação voltada aos bebês, isso me toca profundamente. Já participei de
iniciativas que tiraram mães e filhos de situações de extrema vulnerabilidade.
Por isso, acredito no potencial do Projeto Bebê Cidadão de transformar
realidades”, argumentou o corregedor. “Vamos trabalhar para divulgar amplamente
essa iniciativa e incentivar as famílias a aderirem. O benefício é imenso e
pode salvar vidas”, completou.
A juíza auxiliar da
CGJ, Myrian Pavan Schenkel, responsável pelas ações do Foro Extrajudicial,
destacou o impacto social da medida. “O Projeto Bebê Cidadão nasceu da
necessidade de garantir o acesso imediato a benefícios sociais que exigem a
apresentação do RG, algo que a certidão de nascimento, por si só, não resolvia.
A partir disso, percebemos que a iniciativa também fortalece a segurança do
paciente, combate a troca de bebês e assegura a cidadania desde o nascimento. A
criança já sai da maternidade com os principais documentos e com sua identidade
biométrica registrada. É uma medida que conecta o recém-nascido a políticas
públicas e serviços essenciais. O projeto tem base legal em um termo de cooperação
firmado entre o TJMT e o Governo do Estado desde 2021. Nesta fase piloto, conta
com a participação da Corregedoria, da Politec, do Cartório do 3º Ofício e da
Maternidade Santa Helena, que funciona como unidade interligada de registro
civil”, resume.
O diretor-geral da
Politec, Jaime Trevizan Teixeira, explicou que o equipamento usado na coleta é
específico para biometria neonatal. “Ele permite uma coleta mais rápida,
precisa e confortável para o bebê, inclusive nos primeiros dias de vida. Com essa
tecnologia, conseguimos garantir segurança na identificação da criança desde o
nascimento. A meta nacional é identificar toda a população até 2042, e esse
projeto contribui diretamente para isso. Ao ter seus dados biométricos
registrados, a criança passa a integrar o sistema oficial de identificação, o
que possibilita seu reconhecimento em qualquer lugar do país, inclusive em
situações de risco ou vulnerabilidade”, destacou.
A diretora
administrativa do Hospital Beneficente Santa Helena, Zoraida Hanna Mady,
destacou que a iniciativa é bem-vinda e que a adesão dos pais é voluntária. “A
iniciativa será amplamente divulgada dentro do hospital. Nossa equipe já tem
experiência com projetos como o de registro civil interno, que hoje garante
certidão de nascimento para 95% dos bebês nascidos na unidade. A adesão dos
pais ao Projeto Bebê Cidadão será voluntária e acredito que será bem recebida
pelas famílias, principalmente porque o processo não gera custos. É uma medida
segura e que reforça o direito à cidadania desde o nascimento”, afirmou.
A presidente da
Associação dos Notários e Registradores de Mato Grosso (Anoreg-MT), Velenice
Dias de Almeida, enalteceu a parceria. “A união entre Judiciário, cartórios e
órgãos de identificação torna possível esse salto de qualidade no registro
civil. É um projeto que valoriza a cidadania desde o nascimento”, afirmou.
“Começamos com o Cartório do 3º Ofício de Cuiabá e, após essa fase de testes, a
expectativa é expandir para outras unidades interligadas em todo o estado.”
A cerimônia de
lançamento foi realizada na sede da Corregedoria, em Cuiabá, com a presença de
servidores da CGJ, representantes da Politec, dos Notários e Registradores, e
da equipe da unidade hospitalar. Após o período de testes, a Corregedoria
avaliará a expansão do projeto para outras unidades hospitalares que possuam
cartórios interligados e infraestrutura compatível. Imagem 1 – Foto colorida
mostra uma reunião com pessoas sentadas ao redor de uma mesa em formato de U.
Ao centro da imagem, o corregedor está de terno e a juíza auxiliar de camisa
branca conduzem a conversa. Todos os participantes estão atentos, com folhetos
do projeto “Bebê Cidadão” sobre a mesa. Ao fundo, há um banner com o nome e
slogan do projeto: “Mais que um gesto de amor, um ato de cidadania”.
Alcione dos Anjos / Foto: Adilson Cunha
Assessoria de Comunicação da CGJ-TJMT
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