“Acho que tem que ser dada oportunidade às mulheres. Deve ser levado em consideração que elas, em geral, têm menos tempo para se dedicar para estudar, têm menos tempo para se dedicar para trabalhar. Elas precisam ser valorizadas porque têm outra função extra no lar, ou com pais ou com filhos, enfim, com a família”, afirmou a juíza auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça, Myrian Pavan Schenkel, na tarde desta quarta-feira (26 de março), durante mais uma edição do programa Nosso Judiciário.

Ela se referia à dupla jornada feminina vivida por oito em cada 10 brasileiras, segundo pesquisa da empresa Infojobs. Ou seja, o desafio de conciliar o trabalho fora de casa com o trabalho dentro de casa. A mensagem que a magistrada deixou para as alunas da faculdade Uniasselvi, campus Cuiabá, foi a persistência na carreira e a força para conciliar os dois mundos: lar e trabalho.

Foram seis anos estudando 10 horas por dia e equilibrando trabalho, família e estudos. “Era o meu destino passar aqui, servir o Judiciário. Não me vejo em outra profissão, não me vejo em mais nada, isto é minha vocação”, compartilhou a magistrada. A história dela inspirou as estudantes Eveline Maria Amorim Bezerra e Eduarda de Sena Ferreira Pedro, que sonham com uma carreira no Judiciário.

Eveline está no 8º semestre e contou que está em dúvida entre o Ministério Público e a carreira de juíza, da mesma forma que Myrian estava quando se formou na faculdade, antes de ser “escolhida pela magistratura”. Para a aluna, ouvir a magistrada foi a motivação que precisava para continuar a lutar pela tão sonhada carreira no Judiciário.

“Às vezes penso em desistir de estudar, mas vi que não sou somente eu, tem mais pessoas que enfrentaram dificuldades nessa trajetória. Tomara que minha história tenha um final parecido com o da juíza Myrian”, comemorou.

A aluna Eduarda também aproveitou o contato tão próximo com a magistrada para tirar dúvidas sobre os desafios que poderá enfrentar como futura juíza. “Era uma curiosidade minha saber a experiência dela no início, quando trabalhou no interior do estado”. A resposta de Myrian procurou tranquilizar a acadêmica, que explicou que a experiência que adquiriu nas primeiras comarcas foi essencial para conseguir transmitir confiança e segurança na Corte. 

Além da conversa com a juíza, a turma assistiu a uma sessão da Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo, presidida pela Desembargadora Maria Erotides Kneip. A audiência contou com três sustentações orais, isto é, um recurso jurídico que permite que advogados exponham as razões de seus recursos perante os tribunais.

Era a primeira visita da estudante do 7º semestre Samea Menezes Amazonas e essa foi sua parte preferida. Ela contou que se inspira nessas advogadas e que a experiência da visita fez ela acreditar mais em si mesma. 

Nosso Judiciário - O Projeto Nosso Judiciário é uma iniciativa do TJMT que busca aproximar o Judiciário de duas frentes: acadêmicos de Direito e estudantes do ensino médio. Desde sua criação, o projeto já atingiu 10.676 acadêmicos de 17 municípios e 44 faculdades, consolidando-se como uma ferramenta essencial para a formação jurídica e a conscientização cidadã.

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