Judiciário intermedeia parcerias para levar qualificação profissional às unidades prisionais
Com o objetivo de ampliar a
oferta de cursos profissionalizantes para 100% das unidades prisionais do
estado, o Poder Judiciário de Mato Grosso, por meio do Grupo de Monitoramento e
Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF-MT), realizou uma
reunião com dezenas de representantes de instituições de ensino, de entidades
que atuam na área da qualificação profissional e da Secretaria de Estado de
Justiça e Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (SAAP), na última
segunda-feira (24), na sede do Tribunal de Justiça.
“Nós temos 13.900 privados
de liberdade. Essas instituições possuem capilaridade, elas já auxiliam, já ofertam
cursos profissionalizantes, mas o objetivo é traçar um plano estadual de
educação profissional a fim de que 100% das unidades prisionais sejam atendidas
e que se amplie o número de privados de liberdade que tenham possibilidade de
ter uma formação profissional”, explica o juiz Bruno D’Oliveira Marques,
coordenador do eixo Educação do GMF.
O magistrado informa que a
oferta de formação profissional às pessoas privadas de liberdade vem ocorrendo
desde 2023, quando 1.400 pessoas foram formadas. No ano passado, mais de 2.200
recuperandos foram capacitados, graças às parcerias, intermediadas pelo
Judiciário, entre as instituições de ensino e a Secretaria de Adjunta de
Administração Penitenciária.
“O objetivo, neste ano de
2025, é que esse número aumente expressivamente. O Poder Judiciário entende que
a qualificação profissional é importante e necessária, dentro das
especificidades de cada região do estado, porque cada região tem a sua demanda
específica, tem o seu mercado de trabalho. Nós sabemos que o mercado de
trabalho no estado de Mato Grosso está aquecido, então, é imprescindível que
toda a sociedade se reúna e que cada instituição possa verificar em que pode
contribuir, quais cursos pode oferecer, a fim de que essa população seja
devidamente qualificada, possa trabalhar e contribuir com a economia do nosso
estado e com a sua melhoria pessoal”, afirma o juiz Bruno D’Oliveira.
Segundo ele, após a
realização da reunião, que também contou com a participação do supervisor e do
coordenador do GMF-MT, respectivamente, desembargador Orlando Perri e juiz
Geraldo Fidelis, as instituições de ensino terão um prazo de 10 dias para
apresentar os cursos que disponibilizarão aos privados de liberdade e em quais
unidades. Um mapa de demandas elaborado pelo GMF e pela SAAP foi entregue aos
representantes das entidades para embasar a escolha.
A superintendente de Políticas
Penitenciárias do Estado, Gleidiane Assis, destaca que a pasta já é referência
em diversas capacitações, com oficinas instaladas nas unidades prisionais, como
as de costura, serigrafia, marcenaria, serralheria, padaria, fábricas de
artefatos de concreto e hortas. Com o Plano Estadual de Educação para Pessoas
Privadas de Liberdade (2025-2028), que será firmado em parceria com as
instituições de ensino, a meta é chegar a 3 mil pessoas capacitadas, neste ano.
“A ideia é somar forças para
que o sistema penitenciário possa ser beneficiado e que realmente aconteça a
reinserção social desses privados de liberdade quando eles receberem o alvará
de soltura. Nossa demanda é grande e, com certeza, tudo o que for ofertado, nós
vamos aproveitar no nosso sistema penitenciário”, disse.
Celly Silva / Foto: Josi Dias
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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