Gravidez na adolescência é tema de palestra para estudantes em comarca do interior

As rodas de conversa, que
integram o projeto Judiciário na Escola, buscam gerar um debate franco e
orientador sobre sexualidade, envolvendo aspectos como a paquera e a iniciação
sexual, rede de proteção, impactos da gravidez na adolescência e como
preveni-la.
“A gente sempre deixa muito
claro para esses jovens que eles têm uma rede de proteção e que a primeira rede
de proteção é a família e, quando eles não encontram o seu amparo, a segunda
rede de proteção é a instituição escolar, através dos profissionais da escola, do
professor com quem tenham mais empatia, da direção. E a terceira opção enquanto
rede de proteção é a Justiça. Então, dentro do sistema de Justiça nós
encontramos o Conselho Tutelar, Ministério Público, Defensoria Pública, o
próprio Juizado da Infância e Juventude. E dentro do Município, há toda uma
rede de proteção, como a Secretaria de Saúde para essa situação [da gravidez na
adolescência]”, afirma a agente da Infância e Juventude.
De acordo com a Secretaria
de Saúde de São José dos Quatro Marcos, em 2023, 20 crianças nasceram de mães com
idade entre 14 e 19 anos. Em 2024, esse número subiu para 22 crianças, naquele
município. “Quando a gente apresenta esses dados para os estudantes, a gente
fala dos fatores que implicam isso, não só a fase da adolescência, que é ainda
totalmente despreparada, não só fisicamente, mas cognitivamente. Há outros
fatores, como o econômico, a estrutura familiar e a violência social, em que a
gente encontra os abusos e a prostituição de menores”, menciona Sandra Lima.
Ela relata que, na roda de
conversa com os adolescentes, ressaltou a importância do diálogo dentro das
famílias para que os jovens consigam obter orientação junto aos pais. “Mas a
gente sabe que dentro dessa desestrutura familiar existe aquele pudor. Falar
sobre sexualidade, às vezes, é algo bem difícil para os pais e acaba que esses jovens
ficam sem as informações necessárias”, pontua.
Diante dessa realidade, as rodas
de conversa contaram com o apoio da enfermeira Fernanda de Oliveira Freire
Mendonça, que abordou questões relativas à saúde dos jovens, informando sobre o
atendimento oferecido nas unidades básicas de saúde aos menores acompanhados de
seus responsáveis, de forma totalmente gratuita, inclusive consultas,
orientações e disponibilização de métodos contraceptivos, dependendo de cada
caso.
“A gente explora bastante
esse contexto de rede de proteção porque os jovens, em razão dessa imaturidade
física e cognitiva, estão vivendo sempre momentos do aqui e agora e eles não
estão ainda preparados e ainda nem conscientes para ter esse alcance de pensar
que depois de uma balada eu tenho compromisso comigo mesmo, com o outro, eu
tenho responsabilidade. E eles não estão com esse foco. E esse trabalho
preventivo é de extrema importância porque a gente acaba colocando um despertar
de consciência do jovem para o que ele está buscando para ele mesmo”, comenta.
Projeto
Judiciário na Escola – O projeto integra questões relacionadas
a direitos, proteção e saúde. Ao longo deste ano, serão realizadas campanhas
preventivas com temas voltados à proteção da infância e da juventude nas
escolas públicas e privadas de São José dos Quatro Marcos, em parceria com a
Secretaria Municipal de Saúde. O objetivo é atingir entre 700 e 1.000 estudantes do 9º ano do ensino
fundamental ao 3º ano do ensino médio.
A ação põe em prática a Lei
nº 13.798/2019, que instituiu a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na
Adolescência, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas
preventivas e educativas para reduzir a gravidez na adolescência.
Celly Silva
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
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