Candidatos com deficiência aprovados e classificados na prova objetiva do concurso público do Poder Judiciário de Mato Grosso (TJMT) realizaram, na manhã deste domingo (23 de março), a perícia médica, fase obrigatória para quem se inscreveu pela cota de pessoa com deficiência (PcD). Os atendimentos foram realizados no Auditório Espaço Justiça, Cultura e Arte “Desembargador Gervásio Leite”, localizado na sede do Tribunal de Justiça, no Centro Político Administrativo, em Cuiabá.

No período da tarde, outros candidatos também passarão pela avaliação, que será iniciada às 14 horas. Os portões serão abertos às 12h30 e fechados às 13h30. Confira aqui as orientações para ter acesso ao local. 

Ao longo de todo o dia, mais de 30 servidores, entre médicos, integrantes da Coordenadoria de Gestão de Pessoas, do Departamento de Saúde, da Infraestrutura e policiais militares, trabalham para garantir a organização dessa etapa o concurso.

Antes da perícia começar, o diretor de Gestão de Pessoas, Luis Paulo Delorme, e a gestora de Ingresso do Tribunal de Justiça, Maria Cristina Tibles Brandão, deram as boas-vindas aos participantes. Ela explicou as regras da avaliação. “Eles vão passar por um médico só, neste momento. Vão apresentar os laudos que o médico julgar necessário e, depois, os outros médicos vão avaliar porque é uma junta médica que vai avaliar se o candidato está ou não apto para desenvolver as suas atividades e concorrer às vagas como pessoas com deficiência”. A gestora destaca ainda que aqueles que não forem aprovados na perícia médica, ainda podem permanecer na lista da ampla concorrência, caso tenham obtido nota suficiente para concorrer nessa modalidade.

Entre os 233 convocados para a perícia, Calebe Silva Nascimento, que está no sétimo semestre de Direito e tem paralisia cerebral, veio de Guiratinga passar pela perícia. Ele concorre ao cargo de técnico judiciário na comarca de Rondonópolis.  “Do meu ponto de vista, está muito bem organizado, não houve nenhum tipo de atraso”, pontuou.

O rapaz, que se prepara para seu primeiro emprego, considera as cotas para pessoas com deficiência necessárias para garantir a inclusão no mercado de trabalho. “Este vai ser o meu primeiro emprego, então, eu ainda não passei por algum tipo de dificuldade que gerasse uma impossibilidade em mim, concernente à minha deficiência, mas, é óbvio que há. Existe esse preconceito no mercado de trabalho e eu acho que as cotas vêm justamente para estar combatendo esse tipo de situação”, comenta.

Em relação ao concurso do TJMT, Calebe se mostra otimista. “A expectativa é muito grande! Atualmente eu faço estágio, estou terminando a faculdade, então, tem toda expectativa da estabilidade que o concurso público traz, a gente fica com uma ansiedade de leve, que faz parte, mas, se Deus quiser, vai dar tudo certo”.

Quem também compareceu à perícia médica foi Bárbara Piovezan Martins, que concorre tanto para o cargo de técnico judiciário em Cláudia quanto para analista judiciário em Marcelândia e tem uma lesão no tornozelo direito. Ela elogiou a organização do certame. “Eu vi que o concurso do Tribunal está muito bem organizado, estão cumprindo os prazos dos editais, colocaram até faixas pra gente encontrar o local, está muito bem sinalizado”.

Em relação à expectativa para o resultado, a candidata destaca a importância da inclusão. “A minha expectativa é muito boa! Espero que o Tribunal consiga mais servidores, não necessariamente só para o meu cargo. Eu acho importante pois têm situações em que as pessoas realmente têm dificuldades. Tem pessoas cadeirantes, com deficiência visual e é importante a inclusão dessas pessoas para trabalhar, até porque elas são mais empáticas. Eu acho que é interessante”, comenta.

Conforme edital, das vagas ofertadas e das que forem criadas durante o prazo de validade do concurso, 10% serão reservadas aos candidatos com deficiência, conforme a Lei complementar n.º 114/2022 e a Lei n.º 13.146/2015 e suas alterações.

O resultado da perícia médica será divulgado no Diário de Justiça Eletrônico (DJe) e no site da Fundação Getulio Vargas, banca examinadora do concurso.