Comitê de Políticas Penais inicia elaboração de plano para melhorar situação do sistema prisional
O
supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e
Socioeducativo de Mato Grosso (GMF-MT), desembargador Orlando Perri abriu os trabalhos. O coordenador do GMF-MT e do Comitê Estadual de Políticas Penais,
juiz da Vara de Execução Fiscal de Cuiabá, Geraldo Fidelis, conduziu a reunião. Foram realizadas
a leitura do regimento interno, definição das câmaras temáticas e do calendário
de reuniões e deliberações. O prazo para entrega do plano ao Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) é de seis meses.
Participaram
a reunião magistrados membros do GMF-MT, representantes do Ministério Público
Estadual e Federal, da Defensoria Pública Estadual, da Secretaria de Estado de
Justiça, da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária, do Escritório
Social de Cuiabá, da Fundação Nova Chance, do Conselho Penitenciário do Estado,
da Associação Nacional de Técnicos e especialistas Penais, da Pastoral
Carcerária Regional, da Associação Mais Liberdade, da União das Faculdades
Católicas de Mato Grosso (UNIFACC-MT), entre outros que atuam na
área da reinserção social de pessoas privadas de liberdade.
Plano Pena Justa
Construído
ao logo de 2024 pelo CNJ e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública
(MJSP), com quase 60 órgãos do Executivo e do Sistema de Justiça e propostas da
sociedade civil, parte da compreensão de que os problemas do sistema prisional
agravam a situação da segurança pública no Brasil, uma vez que o ambiente
favorece a atuação de redes de crime organizado, que ocupam espaços que
deveriam ser do Estado.
Está
dividido em quatro eixos de atuação. O primeiro trata do controle de vagas no
sistema prisional e de como reduzir a superlotação. O segundo foca na estrutura
dos presídios e na garantia do básico para a sobrevivência de quem está sob
custódia do Estado, como saneamento, higiene e alimentação, além de estratégias
para trabalho e educação para as mais de 600 mil pessoas presas.
O
terceiro eixo estabelece ações voltadas às pessoas que deixam a prisão, para
que a reintegração e o pertencimento possam contribuir com a quebra de ciclos
de violência e a redução da reincidência. O quarto e último eixo trazem medidas
para que o estado de coisas inconstitucional não se repita.
O Pena Justa tem o apoio técnico do programa Fazendo Justiça, que desde 2019 atua a partir das premissas estabelecidas pelo STF no julgamento cautelar da ADPF 347. O Fazendo Justiça é coordenado pelo CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
Celly Silva / Foto: Josi Dias
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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