O caso de sucesso do uso da inteligência artificial no Poder Judiciário de Mato Grosso foi um dos assuntos abordados no 1º Congresso de Inovação em Inteligência Artificial no Judiciário, promovido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), entre os dias 15 e 17 de janeiro, em Foz do Iguaçu. O evento reuniu os principais projetos criados a partir da Inteligência Artificial (IA), que foram aplicados com sucesso pelos tribunais. Uma dessas inovações foi elaborada no Judiciário mato-grossense, com a utilização de Assistentes GPTs personalizados que possibilitam o aumento da produtividade em 60%.

A iniciativa de treinar a Inteligência Artificial para otimizar os processos de gestão na Justiça partiu do gabinete do desembargador Luiz Octávio Oliveira Saboia Ribeiro, que celebrou a realização do primeiro evento voltado para o tema. 

“O 1º Congresso de Inovação em Inteligência Artificial no Judiciário marcou um ponto de inflexão na integração entre tecnologia e o sistema de justiça. O evento foi notável pela amplitude de ideias e soluções apresentadas de diversos tribunais e de todos os ramos da Justiça brasileira”, destacou o magistrado. 

Atualmente modelos de linguagem natural (LLMs) da IA, realizam atividades como a triagem de processos, na identificação de similaridades, no agrupamento temático (Súmulas, Repetitivos, entre outros). Também atuam no suporte direto à produção de magistrados, como a elaboração de relatórios, minutas de decisões, sentenças/votos e ementas.

Caso de sucesso

O 1º Congresso de Inovação em Inteligência Artificial no Judiciário permitiu troca de ideias a partir de palestras e apresentações, como a realizada pelo desembargador do TJMT, com o tema ‘Não basta adquirir uma I.A, é sobre entender, construir e melhorar - O Case Gabinete Des. Saboia - TJMT’.

A apresentação feita pelo próprio desembargador abordou uma das hipóteses validadas no Projeto GRIDE (Gestão, Resultado, Inovação & Design, Dados & Tecnologia e Estrutura), de sua coautoria. A tese explora a utilização de Assistentes GPTs personalizados para aumentar a produtividade em 60%, especialmente na elaboração de minutas. 

“O GRIDE foi concebido como uma operação experimental que integra gestão estratégica, inovação e dados tecnológicos. Os resultados já alcançados pelo gabinete mostram não apenas a viabilidade do uso de IA, mas também sua capacidade de transformar a prática jurisdicional, com um impacto mensurável em termos de celeridade e eficiência processual”, explica o magistrado.

Network

Durante o encontro, o desembargador conheceu novas ferramentas que podem ser adotadas pelo TJMT. “Identifiquei que ferramentas como os Assistentes GPTs e o uso de painéis de dados para priorização estratégica de processos podem ser incorporados com facilidade ao portfólio do TJMT, potencializando nossa atuação e reforçando a transparência e a efetividade em benefício da sociedade”.

Para o magistrado, o aprimoramento das técnicas de uso da IA também depende do compartilhamento de ideias. Com isso, o resultado será de mais celeridade e eficiência na prestação de serviços judiciais. 

“O congresso reafirmou a necessidade de que o Judiciário não apenas adote tecnologias, mas o faça de maneira reflexiva, com propósito claro e alinhamento institucional. O Poder Judiciário precisa se inserir efetivamente no século XXI, com a adoção de tecnologias e novos métodos de trabalho que permitam ampliar a capacidade de produção e celeridade processual. Para o futuro, vislumbro um Poder Judiciário que não apenas responda às demandas crescentes, mas o faça de maneira inovadora, sempre respeitando os princípios da qualidade e da segurança jurídica em prol do cidadão”, conclui.