Tribunal de Justiça integra comitiva durante visita em áreas onde vivem pessoas em situação de rua
O
desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando Perri,
acompanhou visitas em localidades onde vivem pessoas em situação de rua numa
área perto da rodoviária e na região central de Cuiabá, durante a manhã desta
sexta-feira (17 de janeiro). Ele também esteve em dois locais onde a
Prefeitura, após definir o mais apropriado, pretende instalar um centro de
apoio à população de rua da capital.
Na
ocasião, Perri representou o desembargador Mário Roberto Kono de Oliveira,
coordenador do Comitê Multinível, Multissetorial e Interinstitucional para a
Promoção de Políticas Públicas de Atenção às Pessoas em Situação de Rua
(CMMIRua-PJMT).
A
vistoria foi decidida durante reunião realizada na sede do Tribunal, na
quinta-feira (16/01) para tratar da situação da população que vive de maneira
insalubre e sem condições básicas de higiene.
Durante
as visitas, o magistrado conversou com alguns dos moradores dos locais, tanto
na área próxima à rodoviária, quanto no Morro da Luz. Ele encontrou pessoas que
têm profissão, mas que por força do destino, vivem sem casa e família e com
algum vício em drogas ou álcool.
Perri
explica que o poder público tem uma séria preocupação com a população de rua,
já que atua dentro do Sistema Prisional e observa que várias pessoas que
cumprem pena são oriundas da situação de rua e que, muitas das que saem do
Sistema voltam para as ruas, porque não têm o apoio de familiares.
“Temos
que buscar uma solução, conhecer a causa dos problemas que levou essa pessoa à
situação de rua. Temos que fazer um programa bastante amplo para que possamos
ter sucesso. Inclusive convidamos o professor doutor Juliano (Batista dos
Santos – UFMT), que escreveu sua tese de doutorado sobre a população de rua.
Então, nós temos que consultar esses profissionais para que possamos,
realmente, conhecer os problemas e atacá-los nas suas raízes”, declarou o
desembargador Perri.
Ele
completou dizendo que de acordo com o professor, a retirada compulsória não
fará bem às pessoas que vivem nos locais visitados. “A motivação para tirá-los
da situação de rua tem que ser outra.”
A
ideia do prefeito é criar um lugar onde as pessoas possam ser assistidas de
modo multidisciplinar, com acesso a tratamento de saúde, cursos
profissionalizantes e encaminhamento ao emprego.
O
promotor de Justiça Henrique Schneider, coordenador do Centro de Apoio
Operacional de Defesa dos Direitos Humanos, Diversidade e Segurança Alimentar
do Ministério Público, disse que as estruturas apresenadas são boas, mas que,
naturalmente, há algumas questões a serem enfrentadas como a necessidade de
convencimento dos atores para que a realidade se transforme.
Tanto
na reunião, quanto na vistoria, o desembargador Orlando Perri esteve
acompanhado da juíza coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais
de Solução de Conflitos (Nupemec) do TJMT, Helícia Vitti Lourenço, da
vice-prefeita da capital, Vânia Rosa, que também é a secretária municipal de
Assistência Social, da secretária-adjunta da Secretaria Estadual de
Planejamento e Gestão (Seplag), Carol Martiniano, além de outros servidores e
servidoras.
Marcia Marafon / Foto: Josi Dias
Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT
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